A gente tem mania de achar que momentos ruins são eternos, não é? Sentimos a morte (ou o ato de adiarmos ela) se aproximando todos os dias. Playlists são ditadas de acordo com o nosso estado emocional: uma droga. Me afundei tanto nisso que nem sei. Tudo perde a graça, as cores e o sentido. Até parar de comer a gente para. Fiquei pior do que eu podia imaginar, e não existia um motivo exato para explicar toda essa coisa critica.
Tenso, né?
Nem tanto. A falta de algumas pessoas me fez abrir os olhos a um novo horizonte. Dei espaço para novas pessoas, risos e hábitos. Bastaram alguns dias de luz para eu perceber que tinha o poder de me reconstruir. Olha só pra mim! No fim das contas, percebi que o choque de saber a verdade era o que faltava para eu enxergar que a vida não era só aquilo. Realmente não era necessário eu me privar a cada ser que me cercava e a suas mentiras, entende?
Curto a ideia de termos a opção de sermos quem desejamos ser. E eu escolhi continuar sendo eu mesma. A que ama ouvir histórias de gente que nem conhece direito, que gosta de ser fotografada, de abraçar gatinhos que encontra pela rua e usar roupas listradas. A que ama cantar mesmo sendo a mais desafinada da história. Só continuo.
Andei tão preocupada me afundando em coisas desnecessárias, que esqueci de enxergar coisas incríveis e de desenvolver amores grandes e que me movem. Aliás, também continuo lendo (mesmo que pouco) e escrevendo todas as madrugadas. Hoje, só consigo expressar o quanto sou grata pela palavra resiliência e pelo maior achado da minha vida: o eu que nunca deixei de ser.
