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5 de julho de 2015



"Oi vô, oi vó. Eu não sei bem por onde começar. É que depois de cair a ficha que ta tudo errado e bagunçado, fica difícil descrever a complicação.

Poderia começar dizendo que to começando a enjoar de frango, mas seria uma baita mentira. Poderia dizer o que acontece. Que tenho gente nova na vida. Que as tardes de domingo estão cada vez mas cinzentas e melancólicas sem vocês. Que aquela música do Bruno Mars ainda me faz chorar, e agora não pela falta de um, mas sim dos dois. Poderia dizer que consegui fechar com 9 no boletim em história. Que to começando a comer feijão. Ou que estou melhor desde setembro. Dizer que entrar no antigo quarto de vocês me faz sentir nos seus braços. Que o cheiro de vocês é inesquecível, igual o da blusa de um certo alguém. Que ainda não realizei meu sonho de receber uma carta feita a mão e com amor. Ou que ando evitando lembrar porque estou cansada de ir dormir chorando.

Poderia dizer que o mundo inteiro as vezes parece me odiar, mas ao mesmo tempo sinto a paz de Deus dentro de mim ao menos uma vez na semana. Que tenho sonhado frequentemente com vocês, e que juro escutar as suas vozes me chamando as vezes nas madrugadas. Eu poderia.

Mas vou dizer o seguinte: Acho que tomei um copo cheio de lembranças ao invés de água e no momento estou afogada em lagrimas e lembranças que insistem em me atormentar como se fossem aquelas malditas alucinações que ainda não sei se são sonhos ou realmente alucinações. Ontem as duas da manhã solucei loucamente no chão do quarto do meu irmão e acordei com a cara inchada e com uma maldita tosse que parece me rasgar por dentro. Eu realmente não sei que droga anda acontecendo comigo. Se souberem, façam parar.

Talvez seja só frescura de moça adolescente ou atormento de saudade. Já sentiram isso? Como se Deus jogasse um mundo bem na suas costas e você tivesse de se virar para conseguir carregar ele para todos os lados e por um (in)determinado período de tempo você só fosse o pó. É isso que passa. E quero explicações!

Ok que eu não tenho só que reclamar. Coisas boas vem me acontecendo ultimamente e espero que vocês estejam realmente felizes por mim. To conseguindo entender matemática, apesar de eu saber que depois dessas férias eu esquecerei tudo. Meus pais e meu irmão a cada dia se provão as pessoas mais especiais desse planeta e tenho os melhores amigos do mundo. Ainda não quebrei meu fone, ganhei um ursinho que me diz eu te amo a cada vez que o aperto, e hoje a tarde não quebrei meu dedinho do pé (apesar de minha mãe ter ouvido o estalo dele do quarto dela e eu estar sentindo choques e calafrios até agora, umas 4 horas depois). A minha escrita vem me rendendo uns elogios lindos e um dia uma das minhas blogueiras favoritas até comentou um texto que fiz pro carinha que amo.

Por falar em amar, to descobrindo a cada dia que passa o que é esse sentimento que vira e mexe aparece no meio dos meus escritos. Um dia quero perguntar cara a cara pra vocês o que acham desse talvez.
Por falar em perguntar, dia desses tava no carro do meu pai e fiquei olhando para o céu azulzinho que me encarava lá fora e ele me questionou: Qual o sentido disso ai tudo, morena?

Eu realmente não faço ideia. 

Porque diabos criariam essa porra toda, nos jogariam dentro e depois deixassem uma coisa levar a outra? Perdas, falta de saúde, escrotismo, gente cheia de energia negativa estampada na testa, inveja, dor. NÃO FAZ SENTIDO ALGUM.
Porque pessoas não conseguem deixar as outras sonharem em paz? Seja pés no chão garota.
Porque tenho que ser padrão e não poder me arriscar? O certo não é esse guria. Vai ser ou médica, ou engenheira, ou advogada. Vai casar depois dos 27. Vai ter uma família. Trabalhar até se aposentar. Ficar a base de remédios até o último dia. Morrer e todos chorarem dizendo que foi uma boa pessoa, que foi feliz, que não sentiu dor.  

Acontece que eu não nasci para mentiras. 

E muito menos para ser pés no chão. Eu to sentindo a dor de estar aqui desde quando respirei o ar do hospital daquele 20dejulhode2001! Eu nasci torta, e vocês sabem. Não vou cursar faculdade de gente que ganha "bastante dinheiro". Vou seguir o que me faz feliz. Jornalismo ou publicidade? Ele disse que sou torta, vocês escutaram de novo?  Não quero casar na igreja, quero na praia porque quero o som da brisa que chamo de respiração-de-alguém-que-me-ama-vulgo-Deus. Quero família grande pra eu poder amar nos almoços de domingo e nas maratonas de filme. Quero trabalhar até quando eu parar de amar meu estilo de vida. Quero não precisar de remédios e nem de hospitais para poder viver. Não quero ser a moça com rosto bonito que teve uma vida normal. Eu quero pra mim o que vocês sempre falaram que eu iria ser. Eu quero ser a história. Mas será que alguém entende? Porque eles dizem que não sou capaz. Mas eu não quero acreditar. As vozes me atormentam vez ou outra e isso vem me fazendo uma mal danado. Façam elas parar ! Eu não sou assim. Eu quero que tudo pare e eu possa descer desse maldito brinquedo chamado vida e que eu possa fazer a minha sem restrições, vocês me entendem?

É como se a cada dia eu acordasse e por 10 segundos tudo fosse perfeito. Ai vem alguém e chuta meu estomago e faz com que eu cuspa sangue misturado a coisas que me fazem mal. Mas eu quero que pare. Não é justo isso com ninguém, e isso é o que mais me dói. Saber que não sou a única. Que muitos desistem de tudo e a única coisa que deixam é a dor e a culpa nos que os cercam. Eu não vou fazer isso, não se preocupem. Eu nasci com uma coisa anormal chamada frieza e não consigo deixar que nada me abale profundamente a ponto de me fazer despencar. Ok, isso soou mal. Mas que posso fazer? Acho que quando eu estava no berço um Anjo me visitou, acariciou minhas bochechas, abaixou no pé do meu ouvido e disse para eu nunca me abalar, só acreditar. Levei pro lado literal mesmo, já é normal, vocês sabem disso mais do que qualquer outro alguém.

Vocês dois sempre me disseram que eu era especial, mas ainda não entendi o porquê. Eu sou nada comparada ao que acontece em minha volta, sacam? Nadinha mesmo. Quer dizer, as vezes me sinto assim, mas hora ou outra me sinto a pessoa que mais tem missão no mundo. Talvez eu tenha vindo com um bug, ou sei lá. Mas sempre que ouvia vocês me dizendo aquelas coisas marcantes eu esquecia de tudo o que poderia me impedir e me sentia infinita. Vocês já se sentiram assim? Como se nada pudesse te derrubar, os obstáculos deixassem de existir e tudo tivesse a apenas um passo do consumo? São os melhores segundos da vida de um ser, creio eu.

As vezes acho que sou a pessoa mais especial do mundo apenas por poder sentir vocês e a paz de Deus dentro de mim. Mas ai passa, e eu despenco como se fosse atirada da janela do oitavo andar de um prédio fulero e tudo tivesse um fim quando minha cabeça explodisse no impacto no chão. Eu só não sei, mas acho que vocês sabem. Eu quero ter certeza de alguma coisa, será que posso? Ontem as alucinações/lembranças me mostraram o quanto sou instável e estou perdida no meio de tudo. Será que posso saber o porque dessa bagunça toda?

Ta tudo fora do controle, desequilibrado.

E eu não sei mais o que fazer com essa coisa que ta acontecendo dentro de mim, só não sei. A única coisa que me anda me mantendo um pouco menos confusa são vocês, minha mãe e alguns amigos. É horrível sentir-se assim: Como se qualquer errinho pudesse te tirar a paz. Mas na verdade, um pequeno errou já me tirou ela faz tempo, vocês sabem. Mas isso não vem ao caso.

Eu não faço ideia do porque ter começado escrever isso, mas estou com a esperança de que vocês realmente leiam ou que estejam ouvindo eu falar cada palavra escrita aqui. Não espero um milagre, que vocês se comuniquem através de sonhos, que apareçam fisicamente pra mim e muito menos por meio de alucinações. Só espero que vocês me entendam, sei lá. Ainda vejo vocês além de meus avós, amigos. Confidentes, até. Melhor: Anjos. Porque só seres assim poderiam realmente me confortar igual vocês fazem apenas ao sentir a paz de vocês se alastrando no meu peito.

Escrevi isso escutando aquela nossa música que vocês sabem qual, que eu vivo rabiscando nas ultimas folhas em braco do meu caderno junto com meus desenhos um pouco meios fora do normal. Ai bateu uma saudade forte no peito e quis dizer que a cada dia que passa sinto mais falta do amor que só vocês sabiam me dar. Desculpas por só falar isso agora, depois da dolorida partida que aconteceu, mas sabem, eu sou sempre a atrasada.

Ps: Espero encontrar vocês um dia por ai, em qualquer lugar mesmo, igual ao meu aniversário do ano passado.

Um abraço, da índia que aprendeu a se amar de vestido por causa de vocês;
Karine"

              

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